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Dá para estudar fora por R$ 182 mensais

 

A jovem Andressa Matos, 17 anos, sonha em viajar para Nova York, nos Estados Unidos. De família simples, sempre estudou em escola pública e agora quer fazer um ano de curso no exterior. Está prestes a realizar o sonho, já que faz parte do atual alvo das agências de intercâmbio: a nova classe média. 
 
Estudar em outro país, aprender uma nova cultura e enriquecer o currículo, tudo isso dividido em 24 suaves prestações. É assim que Andressa e a mãe, Vera, esperam concretizar a viagem. “Estamos correndo atrás disso há quatro meses. Quero pagar o que puder à vista e o resto parcelar por financiamento,” diz Vera, que está empolgada com a primeira pessoa da família a viajar para o exterior. 
 
Para ajudar nas despesas, Andressa começou a trabalhar em uma lanchonete há oito meses. “Quero fazer um curso de idiomas e depois entrar na universidade.” De acordo com a gerente da EF em Rio Preto, Letícia Matos, a procura por intercâmbio entre a classe média nunca foi tão alta, o que também atrai estudantes da rede pública de ensino. “Antigamente era difícil alunos do ensino público nos procurar. Hoje é mais fácil,” disse. 
 
A família de Andressa está no grupo de 104 milhões de brasileiros que formam a nova classe média, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. Para atraí-los, as agências de intercâmbio investem na facilidade de pagamento e têm obtido resultado. 
 
De acordo com a Associação Brasileira de Operadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta), 43% das empresas de intercâmbio atendem ou já atenderam pessoas da nova classe média. Em algumas agências, a classe representa 50% dos negócios. E o número deve crescer ainda mais. Algumas agências estão com promoções que parcelam a viagem em até 24 vezes. 
 
Na Central de Intercâmbios (CI), uma viagem com destino à Inglaterra sai por até 24 parcelas de R$ 182. A empresa cobra ainda entrada de R$ 840 e oferece estadia em casa de família, com quarto individual, para quatro semanas e direito a café da manhã e jantar. Passagens e seguro saúde não estão incluídos. O pacote inclui 20 aulas semanais. 
 
Outra opção, para quem não quer pagar juros e tem condições de arcar com valores mais altos por parcelas, é optar por planos com menos tempo de pagamento. A STB oferece pacotes para Malta, na Europa, em dez prestações de R$ 327,59. A acomodação é em residência estudantil com quarto duplo. O pacote não inclui refeições e passagens. A SAE considera classe média, família com renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.019. 
 
Com os preços mais em conta, a nova classe média precisa vencer outros obstáculos para conhecer o mundo. O visto é um deles. “Países como Estados Unidos, Canadá e Austrália pedem o visto e para consegui-lo é preciso comprovar renda,” diz a supervisora de vendas da CI em Rio Preto, Mônica da Silva Araújo. 
 
Essa complicação, abre espaço para que outros destinos se tornem atraentes. “Malta é o lugar ideal para quem quer fugir do frio europeu, ter um custo de vida barato e não encontrar brasileiros,” diz Mônica. Inglaterra e Irlanda também são boas opções.
 
Guilherme Baffi
 
A estudante Andressa Matos, 17 anos, planeja ir para Nova York: “Quero fazer um curso de idiomas e depois entrar na universidade” Rotary oferece 3 programas
 
O Rotary Internacional promove três tipos de intercâmbio destinados a não rotarianos. Um deles é destinado a profissionais entre 24 e 40 anos, com pelos menos dois anos de experiência na profissão. O intercâmbio é gratuito e o destino deste ano é a Europa, na Suíça e em Liechtenstein. A viagem será realizada entre 30 de maio e 22 de junho de 2013. 
 
Para participar, os interessados devem fazer a inscrição no Rotary até o dia 25 de setembro. São quatro vagas disponíveis. A prova, que acontece no dia 30 de setembro, é composta por questões de conhecimentos gerais, de inglês, do Rotary e dos países de destino da viagem. Esse tipo de intercâmbio, chamado de Grupo de Estudos, acontece de uma a duas vezes por ano, sempre com destino diferente. 
 
Os candidatos às vagas não podem ser ou ter parentes rotarianos. Serão escolhidos participantes de áreas profissionais distintas. Durante o intercâmbio, entre outras coisas, os vencedores realizam visitas em empresas da área em que trabalham. 
 
Outra opção é para estudantes de 16 e 17 anos para um ano de estudos no exterior. As taxas para a viagem ficam em torno de R$ 4,5 mil e a estadia é em casa de rotarianos. Para jovens com até 19 anos, a opção é a viagem de quatro a seis semanas, que sai por aproximadamente R$ 1,6 mil. 
 
‘Au Pair’ reúne estudo e trabalho 
 
Uma forma mais barata de intercâmbio e com maior tempo de duração é a modalidade “Au Pair”. Ela une trabalho e estudo e é destinado às mulheres. Para trabalhar como babá nos Estados Unidos, com direito a salário semanal de 198 dólares, por um ano, a Central de Intercâmbio (CI) cobra uma entrada de R$ 270 e nove parcelas de R$ 123. 
 
Esse tipo de intercâmbio foi o escolhido pela fotógrafa Jaqueline Parra, 25 anos, moradora do bairro Eldorado, em Rio Preto. Ela está há três meses em Bridgewater, nos Estados Unidos. Reside a uma hora de Nova York. “Eu moro na casa de uma família americana, tenho o meu quarto e a minha privacidade. Cuido das crianças (Devin, 10 anos, e Liam, 12) enquanto os pais estão trabalhando.” 
 
Pelo trabalho, Jaqueline tem um salário semanal. Porém, mais do que o dinheiro, ela pensa no enriquecimento cultural. “Ter o inglês fluente e a experiência de morar fora acrescentará pontos positivos para um bom trabalho em minha vida futura”, diz. 
 
Esse tipo de intercâmbio é exclusivo para mulheres. É preciso também, no mínimo, possuir inglês intermediário e experiência com criança de pelo menos 200 horas. O trabalho é de 45 horas semanais. Quem pretende apenas estudar, pode optar pelo intercâmbio para cursos de idiomas, que também podem ter os custos parcelados. 
 
Facilidade atrai classe média 
 
Para o economista Alexandre Nunes, o aumento da procura de intercâmbio pela nova classe média se deve, principalmente, por dois motivos. O primeiro é o aumento da renda média dos brasileiros nos últimos anos e o segundo é o desejo de incrementar o currículo. “O padrão de vida melhor dos brasileiros oferece a oportunidade de viajar,” diz. 
 
Além da renda, as facilidades de pagamento são atrativos para as pessoas que começam a ganhar um pouco mais. “O intercâmbio deve ser encarado como um investimento. Você compromete parte da renda e espera receber o retorno no futuro. Quando esse investimento pode ser feito em parcelas, melhor,” afirma Nunes. 
 
O acesso a internet também ajuda, pois permite a pesquisa em agências diferentes para descobrir melhores preços e destinos. Segundo Nunes, o jovem que participa de um intercâmbio busca crescer profissionalmente. “Pesa bastante no currículo uma experiência internacional. Com ela, o jovem também tenta compensar deficiências dos sistema educacional.” 
 
Feira ajuda a fazer contatos 
 
Interessados em manter contato com diretores e representantes de instituições de ensino do mundo todo e com agências de intercâmbio do Brasil podem encontrar tudo em um mesmo lugar: na Feira de Intercâmbio do Brasil (Eduexpo). O evento vem sendo realizado neste mês em várias cidades do Brasil. Na próxima terça-feira o evento ocorre em Campinas, mas também haverá uma versão on-line no dia 27 deste mês. 
 
A Eduexpo é utiliza da tecnologia para facilitar a busca pelo melhor programa internacional. Quando o visitante entra na feira, ele se cadastra e cria uma conta na Rede Mundial da Educação (Edufindme). O cadastramento também pode ser feito pela internet (http://edufindme.com/expo/br/sobre). 
 
Feito o cadastro, é fornecido um convite com um código de barras, como se fosse um passaporte, que permite ele se identificar e se conecta aos expositores que desejar. Ao ler o seu código de barras, um aplicativo conecta a pessoa, virtualmente, ao expositor no Edufindme. 
 
Posteriormente, o interessado pode acessar sua conta na Rede Mundial pela internet e conferir todas as escolas e agências com as quais interagiu na Eduexpo. Também estarão disponíveis os perfis completos das instituições de ensino e informações sobre seus programas, fotos e vídeos. 
 
Também pelo Edufindme, expositor terá acesso ao perfil do estudante, verificar seus interesses e, assim, oferecer-lhe mais objetivamente as informações que o cadastrado deseja. Caso o estudante se interesse por alguma oferta, 
Não existe agendamento de horário específico. O interessado pode procurar o expositor a qualquer momento durante a feira. 
 
A entrada na feira é gratuita e a conta no Edufindme também. Na etapa de Campinas, a feira será realizada no Vitória Hotel Concept (avenida José de Souza Campos, 425 – Cambuí), das 16 às 21 horas. Na versão on-line, as informações estão no site http://edufindme.com/expo/br/outras-cidades.
 

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